sábado, março 17, 2012

Ato em repúdio aos acidentes e ao aumento da tarifa


Em fevereiro, o sindicato dos motoristas e cobradores organizou uma greve, que durante dois dias parou a cidade. A sensação de dependência do transporte coletivo, que invadiu as pessoas, foi o fator crucial para um reajuste bem sucedido na tarifa do ônibus. A tática usada foi simples: uma greve falaciosa atinge toda a população; culpabiliza-se o trabalhador do transporte colietivo pelo novo reajuste da tarifa; e o resultado foi o alívio geral pela volta do sistema, acompanhado do silêncio da população, o que legitimou novamente o lucro do empresário. Como se não bastasse, a ameaça do reajuste, originalmente para 2,80, foi utilizada como trampolim eleitoral, na medida em que o subsídio de 20 centavos aparece justamente num ano de eleições.

Essas ações reforçam ainda mais a precariedade e falência do sistema de transporte coletivo na cidade de Curitiba, fato observado diariamente com os acidentes, muitas vezes fatais, ônibus superlotados e sem manutenção adequada. Além disso, sem o aumento da frota e com um trânsito cada vez mais caótico, os motoristas são pressionados a cumprir horários apertados, a mando da URBS, de modo que colocam em risco a segurança dos usuários, ciclistas e pedestres.

Diante desta situação, o Movimento Passe Livre, no dia 6 de Março, esteve presente no Marco Zero da cidade, praça Tiradentes para denunciar as dezenas de mortes acontecidas nesses dois primeiros meses de 2012. Criticou o aumento da tarifa para R$ 2,60 – fator responsável pela massiva evasão escolar e segregação populacinonal – e exigiu passe livre universal para todas as pessoas.



A manifestação contou com estudantes universitários tanto da UFPR quanto da PUC, secundaristas, desempregados, trabalhadores e usuários do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana. O que se via era a força de uma bandeira de luta que uniu vários grupos atingidos pela lógica do lucro empresarial, que explora o transporte coletivo. Estreitaram-se laços de solidariedade entre os manifestantes, que eram identificados pelas falas calorosas no megafone contra a medida autoritária sem a consulta popular devida.

O ato teve duração de três horas onde mais de dois mil panfletos foram distribuídos, acompanhados de conversa e debates com a população. Faixas, bandeiras, cartazes e membros do corpo humano artesanalmente confeccionados denunciavam a fatalidade dos acidentes e a escolha dos políticos locais pelo lucro empresarial em detrimento do conforto, segurança, pontualidade e tarifa justa.

O movimento, ao encerrar o protesto, convidou todas as pessoas interessadas na luta contra o reajuste abusivo da tarifa do ônibus para a construção das próximas ações que devem acontencer ao longo do ano.

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