Ligia Martoni [16/03/2006]
http://www.parana-online.com.br/noticias/index.php?op=ver&id=195379&caderno=3
Foto: O Estado do Paraná |
Eles caminharam na Boca Maldita até a Câmara de Vereadores. |
Durante a passeata, os estudantes aproveitaram para colher assinaturas que dêem subsídio à aprovação do projeto na Câmara por iniciativa popular. Segundo o estudante Thiago Bagatin, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), cerca de 300 estudantes de escolas públicas do centro e da periferia, além de universitários, estiveram presentes. "O Movimento Passe Livre não se limita apenas aos estudantes. A intenção é rever a lógica do transporte, pois o direito de mobilidade é colocado como mercadoria, inclusive com muitos estudantes deixando de ir à escola por não terem dinheiro", justifica. O movimento, que atua em Curitiba há cerca de um ano, pretende que o direito ao acesso à escola seja cumprido também no âmbito da mobilidade. Para isso, acredita, o mesmo tem de ser encarado como uma política pública, assim como a educação. "Não concordamos que a gratuidade aumentaria o valor da passagem", afirma Bagatin, fazendo menção à justificativa da Urbs, empresa que opera o transporte coletivo em Curitiba, de que passe livre aos estudantes aumentaria as tarifas de R$ 1,80 para R$ 2,70, uma vez que o transporte é auto-sustentável, funcionando como um condomínio, em que todos os contribuintes pagam para usufruir. "Se fosse encarado como uma política pública, haveria concessão do Estado. Mas como a concessão é para empresas de transporte, não há outra preocupação a não ser com o lucro."
Ontem, o movimento aproveitou também para levantar a bandeira de redução nas tarifas. "Não é só o estudante, mas toda a sociedade que precisa de meios viáveis de locomoção", coloca Thiago. No contexto de redução das tarifas, eles defendem que estatais deveriam operar o transporte público, não apenas empresas privadas.
Urbs
A Urbs não se manifestou ontem em relação às reivindicações e críticas do movimento. A assessoria de imprensa informou apenas que o passe escolar é concedido para alunos cujas famílias tenham renda de até cinco salários mínimos, em caso de três ou mais filhos, e que morem a pelo menos dez quadras ou um quilômetro do local onde estudam. A proporção cai para até três salários mínimos quando há apenas um filho e para dois no caso de dois estudantes. Somente este ano, 15 mil alunos fizeram o cadastro para obtenção do passe escolar.
A próxima manifestação dos estudantes deve acontecer no próximo dia 28, quando pretendem ir até o Palácio Iguaçu junto com os professores, e também no dia 29, quando se comemora o aniversário de Curitiba.
Estudantes reivindicam passe livre com passeata em Curitiba
http://canais.ondarpc.com.br/noticias/parana/conteudo.phtml?id=545480
Atualizado em 15/03/06 às 17h40
Karlos Kohlbach - Gazeta do Povo Online
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Os manifestantes saíram da Boca Maldita às 8h e percorreram algumas das principais ruas do Centro da cidade - causando lentidão no trânsito.
Os alunos, por volta de 10h30, chegaram na Câmara Municipal, onde distribuíram para todos os vereadores um projeto de lei exigindo o passe livre.
Além do passe livre, os alunos reivindicam aumento no salário de professores e trabalhadores do transporte público e melhorias na qualidade de ensino.
URBS
A Urbs, empresa que administra o transporte público de Curitiba e região, não se pronunciou sobre a manifestação dos estudantes, mas, por meio de sua assessoria, informou que o passe escolar é concedido a 20,5 mil alunos - dados de 2005.
Para ter direito aos 50 passes por mês, os alunos devem obedecer dois critérios: morar a uma distância superior a um quilômetro - ou dez quadras - da escola; e, quando tiver apenas um filho, ter uma renda familiar de até três salários mínimos. No caso de dois estudantes, renda familiar de até quatro salários e até cinco salários quando a família tiver três ou mais filhos.
Ainda segundo a assessoria, durante a última manifestação dos estudantes - no fim do ano de 2005 - a Urbs fez uma projeção levando-se em conta que 430 mil alunos (número este contido numa carta de reivindicação entregue pelos alunos) seriam beneficiados com a isenção da tarifa de ônibus. Se concedido o benefício, o custo da passagem subiria de R$ 1,80 para R$ 2,70, ou seja, a população pagaria a conta.
Os estudantes já têm datas definidas para as próximas manifestações. Dia 28 - quando irão com os professores até o Palácio Iguaçu e um dia depois - no aniversário de Curitiba.
Um comentário:
Olha quem realmente precisa já tem passe livre.
Vocês querem passe livre para todos estudantes para que os trabalhadores paguem a conta, e quem pode pagar com folga duas passagem de ônibus pegue ônibus de graça e se aproveite da situação?
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