domingo, setembro 18, 2011

ConJuve – o poder da manipulação.


O MPL-Curitiba participou e teve a oportunidade de perceber uma estrutura totalmente autoritária e contra a liberdade de expressão. No seguimento em que participou, Cultura e Direitos Sociais, o MPL-Curitiba tentou colaborar no eixo 2 (território), discutido em 27.08.11 no parque Barigui. Na abertura da conferência foi lido um documento o qual guiaria as ações durante o dia. Uma das questões era que o espaço abrangia todas as pessoas que desejassem assistir, independente de inscrição feita previamente.

Foi frisado algumas vezes que, as inscrições eram apenas para uma questão de logistica relacionada a lanches e almoços durante a conferência. Que apenas os delegados, inscritos anteriormente, teriam direito ao voto. Contudo, a estrutura imposta aos participantes foi a de um facilitador e um mediador e um relator (digitador), que definiam os rumos das discussões de maneira a chegar-se a pautas previamente formatadas por agentes da situação. Dirigiam as discussões de forma rasa, sem deixar que houvesse aprofundamento.

Em todos os eixos as propostas ficaram, propositadamente, amplas demais. O exemplo maior do autoritarismo ficou ressaltado no momento em que um cidadão que observava a discussão na sala, levantou a mão para falar e foi literalmente expulso pelo facilitador, que disse que ele nem deveria estar ali. Essa atitude emblemática e instrutiva, apenas concretizou nossas críticas à conferência como espaço de conciliação entre classes e homologação de projetos anteriormente pensados, estudado e arquitetados de maneira despótica.

O estrangulamento do debate foi explícito à todas pessoas presentes na sala. Reforçamos que esse tipo de "evento" não se configura como espaço de construção e partipação democrática, de disputa entre as propostas, mas sim de legitimação do processo hegemônico da classe dos gestores e burguesia para finalizar seus interesses de classe contra o trabalhador. Sobre essa questão nunca estivemos enganados. Citamos, para ilustrar o ponto acima colocado, durante uma hora e quarentaminutos foi discutido entre os delegados do eixo dois, sobre moradia comviés popular e ao chegar no fechamento da proposta nada constava sobre amoradia de interesse popular.

A proposta repousou sobre criação de centros da juventude policêntricos, na periferia (Provavelmente para evitar novamente a invasão dos jovens de periferia aos shopping centers). Um projeto da prefeitura defasado, arcaico e que já mostrou sua limitação como solução à questão da marginalidade da imensa esmagadora maioria dos jovens entre 15 a 29 anos de Curitiba. Uma moção de repúdio foi feita por iniciativa da Pastoral da Juventude em decorrência da expulção do observador do eixo dois. Assim, neste nível de manipulação, a proposta levada pelo MPL-Curitiba, relacionada ao Tarifa Zero não passou, por falta de 1 voto. Aparentemente a proposta aprovada foi a de espaços para o jovem no centro e periferia da cidade.

Em resumo, o Tarifa Zero prega a municipalização do transporte coletivo e a gratuidade de tarifa ao usuário de forma universal. A pauta do Tarifa Zero seria uma grande inovação dentro do Conjuve e até em uma realidade mais ampla significaria o protagonismo do jovem em uma pauta popular e universal. Através desse manifesto, o MPL-Curitiba não reconhece a conferência dajuventude municipal como processo legítimo de construção e participação da juventude para uma cidade melhor.

Repudiamos, pelos acontecimentos citados nesse texto, essa conferência e com isso conclamamos a juventude para pensar num espaço legítimo descolado das instituições viciadas ocupadas em sua maioria por "liberados" da prefeitura, a fim de construir um projeto de cidade ao alcance de todas e todos.

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