O MPL-Curitiba participou e teve a oportunidade de perceber uma estrutura totalmente autoritária e contra a liberdade de expressão. No seguimento em que participou, Cultura e Direitos Sociais, o MPL-Curitiba tentou colaborar no eixo 2 (território), discutido em 27.08.11 no parque Barigui. Na abertura da conferência foi lido um documento o qual guiaria as ações durante o dia. Uma das questões era que o espaço abrangia todas as pessoas que desejassem assistir, independente de inscrição feita previamente.
Foi frisado algumas vezes que, as inscrições eram apenas para uma questão de logistica relacionada a lanches e almoços durante a conferência. Que apenas os delegados, inscritos anteriormente, teriam direito ao voto. Contudo, a estrutura imposta aos participantes foi a de um facilitador e um mediador e um relator (digitador), que definiam os rumos das discussões de maneira a chegar-se a pautas previamente formatadas por agentes da situação. Dirigiam as discussões de forma rasa, sem deixar que houvesse aprofundamento.
Foi frisado algumas vezes que, as inscrições eram apenas para uma questão de logistica relacionada a lanches e almoços durante a conferência. Que apenas os delegados, inscritos anteriormente, teriam direito ao voto. Contudo, a estrutura imposta aos participantes foi a de um facilitador e um mediador e um relator (digitador), que definiam os rumos das discussões de maneira a chegar-se a pautas previamente formatadas por agentes da situação. Dirigiam as discussões de forma rasa, sem deixar que houvesse aprofundamento.
Em todos os eixos as propostas ficaram, propositadamente, amplas demais. O exemplo maior do autoritarismo ficou ressaltado no momento em que um cidadão que observava a discussão na sala, levantou a mão para falar e foi literalmente expulso pelo facilitador, que disse que ele nem deveria estar ali. Essa atitude emblemática e instrutiva, apenas concretizou nossas críticas à conferência como espaço de conciliação entre classes e homologação de projetos anteriormente pensados, estudado e arquitetados de maneira despótica.
O estrangulamento do debate foi explícito à todas pessoas presentes na sala. Reforçamos que esse tipo de "evento" não se configura como espaço de construção e partipação democrática, de disputa entre as propostas, mas sim de legitimação do processo hegemônico da classe dos gestores e burguesia para finalizar seus interesses de classe contra o trabalhador. Sobre essa questão nunca estivemos enganados. Citamos, para ilustrar o ponto acima colocado, durante uma hora e quarentaminutos foi discutido entre os delegados do eixo dois, sobre moradia comviés popular e ao chegar no fechamento da proposta nada constava sobre amoradia de interesse popular.
A proposta repousou sobre criação de centros da juventude policêntricos, na periferia (Provavelmente para evitar novamente a invasão dos jovens de periferia aos shopping centers). Um projeto da prefeitura defasado, arcaico e que já mostrou sua limitação como solução à questão da marginalidade da imensa esmagadora maioria dos jovens entre 15 a 29 anos de Curitiba. Uma moção de repúdio foi feita por iniciativa da Pastoral da Juventude em decorrência da expulção do observador do eixo dois. Assim, neste nível de manipulação, a proposta levada pelo MPL-Curitiba, relacionada ao Tarifa Zero não passou, por falta de 1 voto. Aparentemente a proposta aprovada foi a de espaços para o jovem no centro e periferia da cidade.
Em resumo, o Tarifa Zero prega a municipalização do transporte coletivo e a gratuidade de tarifa ao usuário de forma universal. A pauta do Tarifa Zero seria uma grande inovação dentro do Conjuve e até em uma realidade mais ampla significaria o protagonismo do jovem em uma pauta popular e universal. Através desse manifesto, o MPL-Curitiba não reconhece a conferência dajuventude municipal como processo legítimo de construção e participação da juventude para uma cidade melhor.
Repudiamos, pelos acontecimentos citados nesse texto, essa conferência e com isso conclamamos a juventude para pensar num espaço legítimo descolado das instituições viciadas ocupadas em sua maioria por "liberados" da prefeitura, a fim de construir um projeto de cidade ao alcance de todas e todos.
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