O Movimento Passe Livre de Curitiba apóia os trabalhadores do transporte coletivo em sua luta. Essa greve, que maturou por mais de meia década até se concretizar com tamanha proporção, faz parte do universo de luta laboral classista por melhores condições de trabalho.
Entre 1994 e 2011, tarifa de ônibus aumentou em 525% (R$ 0,40 para R$2,50), mas o salário dos trabalhadores não chegou nem próximo de acompanhar esse acréscimo. Além do baixo efetivo, as conquistas históricas da classe tem sido precarizadas: há descaso com os trabalhadores no que diz respeito ao frio nas estações tubos; à falta de banheiro; à jornada muitas vezes estendida em até 11 horas de trabalho; entre outros problemas.
Mesmo em total apoio aos trabalhadores, é preciso atentar para o fisiologismo existente entre o SINDIMOC (sindicato dos trabalhadores) e SETRANSP (sindicato patronal). As greves, apesar de terem um embasamento legítimo, normalmente são articuladas em conjunto com os empresários, que, através do jogo político chamado LOCKOUT*, arquitetam uma greve "catalizadora" de lucros em sentido único: público para o privado.
Essa estratégia tem funcionado da seguinte forma:
1) O empresário quer aumentar a tarifa de ônibus e para isso precisa de uma justificativa;
2) Vem a conversa com o sindicato dos trabalhadores, para que uma greve (normalmente, somente ameaça de greve) deflagre no momento propício (o carnaval, além de ser uma data desmobilizadora, é exatamente o prazo mínimo para novo reajuste de tarifa, segundo a licitação fraudulenta que está em voga);
3) Com a greve ou ameaça de greve, a opinião pública é sensibilizada;
4) O empresário reajusta minimamente o salário do trabalhador e aumenta a tarifa como bem entende;
5) Com a opinião pública já apaziguada, a urbs (que, nem é preciso falar, age ao lado dos interesses privados) joga a culpa do alto preço da tarifa no trabalhador do transporte coletivo. No fim das contas a empresa sai ganhando e a greve dos trabalhadores ganha a antipatia da população.
Com isso, o benefício que deveria ser da população é drenada aos empresários. Cria-se uma situação em que trabalhador é jogado contra trabalhador. Disso nasce o TARIFAÇO. A população por sentir na carne a importância do transporte coletivo aceita calada o aumento, pois prefere pagar mais do que não ter o transporte garantido.
Porém, não podemos esquecer que o lockout também pode ser usado como estratégia eleitoral. Esse ano, por exemplo, Curitiba passará por eleições municipais. É provável que Richa e Ducci freiarão o aumento da passagem através de manobras municipais ou do subsídio estadual. Esses heroísmo e benevolência, serão amplamente utilizados para a tentativa de reeleição de Ducci. Depois que as eleições passarem, lógico, a tarifa volta a subir, e, na próxima eleição, o(a) eleitor(a) já esqueceu tudo novamente.
É por isso que entendemos que esse é um momento único para que a greve patronal seja revertida em greve classista. A classe trabalhadora deve se apoiar para pressionar a classe dirigente; em termos de greve, essa união deve começar pelo ROLETAÇO ou CATRACA LIVRE já ocorrente em outras cidades como por exemplo Teresina. Nesse tipo de greve, os trabalhadores transportam as pessoas sem cobrar nada por isso, mantendo as portas de saída dos ônibus abertas para que a população entre. Aí sim, quem sofre a pessão são os exploradores, não a população. A união entre todos os trabalhadores e cidadãos em geral é o maior temor da classe hegemônica!
Mesmo em total apoio aos trabalhadores, é preciso atentar para o fisiologismo existente entre o SINDIMOC (sindicato dos trabalhadores) e SETRANSP (sindicato patronal). As greves, apesar de terem um embasamento legítimo, normalmente são articuladas em conjunto com os empresários, que, através do jogo político chamado LOCKOUT*, arquitetam uma greve "catalizadora" de lucros em sentido único: público para o privado.
Essa estratégia tem funcionado da seguinte forma:
1) O empresário quer aumentar a tarifa de ônibus e para isso precisa de uma justificativa;
2) Vem a conversa com o sindicato dos trabalhadores, para que uma greve (normalmente, somente ameaça de greve) deflagre no momento propício (o carnaval, além de ser uma data desmobilizadora, é exatamente o prazo mínimo para novo reajuste de tarifa, segundo a licitação fraudulenta que está em voga);
3) Com a greve ou ameaça de greve, a opinião pública é sensibilizada;
4) O empresário reajusta minimamente o salário do trabalhador e aumenta a tarifa como bem entende;
5) Com a opinião pública já apaziguada, a urbs (que, nem é preciso falar, age ao lado dos interesses privados) joga a culpa do alto preço da tarifa no trabalhador do transporte coletivo. No fim das contas a empresa sai ganhando e a greve dos trabalhadores ganha a antipatia da população.
Com isso, o benefício que deveria ser da população é drenada aos empresários. Cria-se uma situação em que trabalhador é jogado contra trabalhador. Disso nasce o TARIFAÇO. A população por sentir na carne a importância do transporte coletivo aceita calada o aumento, pois prefere pagar mais do que não ter o transporte garantido.
Porém, não podemos esquecer que o lockout também pode ser usado como estratégia eleitoral. Esse ano, por exemplo, Curitiba passará por eleições municipais. É provável que Richa e Ducci freiarão o aumento da passagem através de manobras municipais ou do subsídio estadual. Esses heroísmo e benevolência, serão amplamente utilizados para a tentativa de reeleição de Ducci. Depois que as eleições passarem, lógico, a tarifa volta a subir, e, na próxima eleição, o(a) eleitor(a) já esqueceu tudo novamente.
É por isso que entendemos que esse é um momento único para que a greve patronal seja revertida em greve classista. A classe trabalhadora deve se apoiar para pressionar a classe dirigente; em termos de greve, essa união deve começar pelo ROLETAÇO ou CATRACA LIVRE já ocorrente em outras cidades como por exemplo Teresina. Nesse tipo de greve, os trabalhadores transportam as pessoas sem cobrar nada por isso, mantendo as portas de saída dos ônibus abertas para que a população entre. Aí sim, quem sofre a pessão são os exploradores, não a população. A união entre todos os trabalhadores e cidadãos em geral é o maior temor da classe hegemônica!
Essa ação capaz de formar políticamente nossas consciências uma única força mobilizadora fere diretamente o patrão e a bancada política ligada aos empresários. Só assim poderemos de fato obter um transporte de qualidade e verdadeiramente público com salários justos aos trabalhadores do transporte coletivo.
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*Lock out = Paralisação das atividades da empresa por determinação do empregador, que, visando exercer pressões sobre os trabalhadores, utiliza do seu poder econômico para frustar negociação coletiva ou dificultar o atendimento das reivindicações coletivas.
3 comentários:
catraca livre: assim é feito em buenos aires.
Só que em curitiba nao tem como fazer catraca livre, pois embalsados pela lei, a empresa pode descontar os km rodados do onibus, do holerite do trabalhador, de que adianta, deixar a população não pagar a passagem, e o trabalhador ter de tirar do seu bolso o dinheiro,
EM BUENOS AIRES é uma LEI, aqui é outra, não adianta ficar comparando um pais com outro.
primeiro procure se orientar antes de escrever barbaridades.
Olá, Guilherme.
Não se trata de deixar ou não a população pagar a passagem. Legalmente falando, não há nada que o cobrador possa fazer, a não ser talvez ligar para 190, apesar de que a convenção coletiva exige isso em caso de assalto apenas.
O que se vê entretanto é muitos cobradores avançarem contra cidadãos que precisam se locomover e se recusam a pagar a taxa de ir e vir.
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